Etimologicamente a palavra alucinação vem do latim hallucinari (errar), da expressão ad lucem. A alucinação pode ser definida como a percepção de sensações sem objeto que lhes dê causa direta. Em outras palavras: devaneio, delírio, ilusão.
Em seu poema “Alucinação à beira-mar”, o poeta Augusto dos Anjos expressa um pouco essa sensação de delírio:
Um medo de morrer meus pés esfriava.
Noite alta. Ante o telúrico recorte,
na diuturna discórdia, a equórea coorte
Atordoadamente ribombava!
Eu, ególatra céptico, cismava
Em meu destino!... O vento estava forte
E aquela matemática da Morte
Com os seus números negros, me assombrava!
Mas a alga usufrutuária dos oceanos
E os malacopterígios subraquianos
Que um castigo de espécie emudeceu,
No eterno horror das convulsões marítimas
Pareciam também corpos de vítimas
Condenados à Morte, assim como eu!
---
É isso!
Um medo de morrer meus pés esfriava.
Noite alta. Ante o telúrico recorte,
na diuturna discórdia, a equórea coorte
Atordoadamente ribombava!
Eu, ególatra céptico, cismava
Em meu destino!... O vento estava forte
E aquela matemática da Morte
Com os seus números negros, me assombrava!
Mas a alga usufrutuária dos oceanos
E os malacopterígios subraquianos
Que um castigo de espécie emudeceu,
No eterno horror das convulsões marítimas
Pareciam também corpos de vítimas
Condenados à Morte, assim como eu!
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É isso!
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