A palavra Modernismo vem do francês modernisme, que, conforme definição do
Michaelis, foi a denominação genérica de vários movimentos literários e
artísticos: futurismo, cubismo, expressionismo, dadaísmo, surrealismo etc. E,
no Brasil, destaca-se o movimento literário brasileiro iniciado na Semana de
Arte Moderna, em 1922. A história do
Modernismo começa, a rigor, com o movimento saudosista de Teixeira de Pascoaes
e outros, instalado em torno da revista A Águia (1910.1930), órgão da
“Renascença Portuguesa”. E o Modernismo propriamente dito inicia-se em 1915,
quando se publicou a revista Orpheu,
que aglutinou um punhado de jovens insatisfeitos, de idéias futuristas, como
Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Santa Rita Pintor, Rui
Coelho, Alfredo Guisado e Armando Cortes-Rodrigues. Reagindo contra as fórmulas
estacionárias e passadistas de arte, pregavam o inconformismo e a deificação do
ato poético. Tal espírito vigorou até 1927, quando surgiu a revista Presença, que
a um só tempo continuava e renovava o pensamento órfico...(Massaud Moisés: “A Literatura Portuguesa através dos textos”).
No Brasil: O Modernismo, enquanto movimento renovador, apresenta, didaticamente
falando, dois momentos: 1922-1930 - período de agitação e combate, com a
primeira geração modernista preocupada em difundir as novas idéias, não
recuando diante das polêmicas e exibindo em muitas obras um tom bastante
agressivo e irônico com relação à literatura tradicionalista; 1930-1945 -
passada a polêmica da fase inicial, surge uma geração de novos escritores que
consolidarão, com suas obras, o movimento literário renovador. Apesar de se
beneficiar do clima de aceitação criado pelo esforço dos primeiros modernistas,
esta nova geração impôs-se, principalmente, pelo talento e pela visão de mundo
madura revelada em suas obras (Douglas
Tufano: “Estudos de Língua e Literatura”).
Quanto ao autores inseridos no Modernismo, destaca-se, em Portugal: Fernando Antônio Nogueira Pessoa
(1888-1935), cuja vida transcorre parte na África do Sul, parte em Portugal. Deixou
obras em inglês Antinuos , 35 Sonnets, English Poems e em português Mensagem. Pela
contribuição trazida na lírica e pela profunda, larga e duradoura influência
que vem exercendo sobre as letras de língua portuguesa, Fernando Pessoa é
comparado a Camões. A nota mais original na obra de Pessoa são os seus
“heterônimos”, que não são simples pseudônimos, segundo ele mesmo explica: “A
obra pseudônima é do autor em sua pessoa, salvo no nome que assina; a heterônima
é do autor fora de sua pessoa; é duma individualidade completa fabricada por
ele, como seriam os dizeres de qualquer personagem de qualquer drama seu”. As
poesias assinadas com os diferentes heterônirnos são diferentes entre si e
também diferentes daquelas que ele assina com seu próprio nome (“Enciclopédia do Ensino Integrado e Supletivo”).
E, no Brasil, destacam-se: Manuel
Bandeira (1881-1968): A trajetória poética de Manuel Bandeira mostra uma
busca constante de novas formas de expressão... Percorrendo de um extremo a
outro dessa trajetória, é importante notar: a) A cinza das horas (1917) é o
primeiro livro de Bandeira, ainda com predominância de elementos parnasianos e
simbolistas; b) Carnaval (1919) marca o início da liberdade formal, que se tornaria
uma das mais importantes características de sua poesia. Nesse livro está o
poema “Os sapos”, verdadeiro manifesto de um poeta inconformado e rebelde
diante das limitações impostas pelas regras parnasianas. O poema foi lido numa
das noites da Semana de Arte Moderna, por Ronald de Carvalho, e provocou
escândalo, principalmente porque criticava os parnasianos, até então
considerados como modelos de expressão. A partir dessa segunda obra, toda a
poesia de Bandeira constrói-se em torno de uma progressiva liberdade de
expressão, a ponto de torná-lo um dos mais importantes cultivadores do verso
livre na poesia brasileira; c) Em Ritmo dissoluto (1924), cujo nome já indica
tratar-se de um livro integrado ao espírito modernista, aparece um dos temas
que iria ser freqüente na obra de Bandeira: a incorporação do corriqueiro, do
cotidiano como material poético (“Faraco e Moura: “Língua e Literatura”). Graciliano
Ramos (1892-1953): Diferentemente dos autores que você estudou até agora,
não fez faculdade, embora tenha exercido o jornalismo e a política, chegando a
prefeito de Palmeira dos Índios, Alagoas. Em 1936 foi preso como subversivo,
fato que gerou seu romance Memórias do
cárcere. Foi militante do Partido Comunista (1945) e presidente da
Associação Brasileira de Escritores (1951). Seu livro Viagem (1953) relata suas
experiências de visita à Rússia e países socialistas. Principais obras: Vidas secas; Caetés; São Bernardo; Angústia; Memórias do cárcere (Beth Griffi: “Português: Literatura, Gramática e Redação”). João Guimarães Rosa (1908-1967). Faz os primeiros estudos em sua
cidade natal. Transfere-se, em seguida, para Belo Horizonte, onde se destaca no
estudo de línguas e dos animais. Forma-se em Medicina e clinica em Itaguara. Retorna
a Belo Horizonte e serve como médico na Força Pública. Em 1934, decide entrar
para a carreira diplomática. Estava em Hamburgo, Alemanha, por ocasião do
início da Segunda Guerra Mundial. Regressa à pátria em virtude de uma troca de
diplomatas, após a declaração de guerra do Brasil ao Eixo. Em 1963, é eleito
para a Academia Brasileira de Letras. O povo e a vida do sertão mineiro
inspiraram Guimarães Rosa a produzir obras inovadoras de conteúdo universal,
fato que o levou a ser considerado um dos escritores de maior importância e
prestígio da literatura brasileira do século XX... Grande Sertão: Veredas, a
obra- prima desse autor, é um dos mais louvados e analisados romances da
literatura brasileira. Conta a história do jagunço Riobaldo e de seu bando,
ambientada no sertão: um sertão que representa o mundo. A narrativa é lírica,
mas há momentos épicos: a gesta dos jagunços assemelha-se às gestas dos
cavaleiros medievais. Apaixonado por Diadorim, a quem serve, Riobaldo chega a
pactuar com o demônio por seu amor. Possui uma só preocupação: saber se Satanás
existe mesmo, ou não (Maria da Conceição Castro: “Língua e Literatura”).
---
É Isso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário