Quanto à origem etimológica
da palavra Parnasianismo, origina-se
de Parnaso, que era
o nome de um monte na Grécia consagrado a Apolo (deus das artes) e às
Musas (entidades mitológicas ligadas às artes). O nome desse estilo tem origem
na França, onde, a partir de 1866, publicaram-se três antologias de poemas
denominadas Parnaso Contemporâneo. O
nome Parnassus denomina o monte grego
que, de acordo com a lenda, seria a morada dos poetas. O Parnasianismo, no
sentido exato do termo, só existiu na França e no Brasil, não tendo ocorrido em Portugal. Quanto
às suas origens no Brasil: Em 1878, ocorreu em jornais cariocas uma polêmica em
versos que ficou conhecida como "Batalha do Parnaso", em que a poesia
romântica foi atacada. Em 1882, Teófilo Dias publicou seu livro de poesias, Fanfarras,
considerado o marco inicial do Parnasianismo brasileiro. Começava assim um
movimento de reação à poesia chorosa e extremamente sentimental do
Romantismo. A inspiração inicial do
Parnasianismo veio da França onde, em 1866,
publicou-se uma antologia poética intitulada O parnaso contemporâneo
(Douglas Tufano: “Estudos de Língua e
Literatura”). Além das características gerais da escola realista, o
Parnasianismo zelava pela composição perfeita do verso, procurando fugir dos
cacoetes românticos: a banalidade dos temas, o descuido das composições, o
derramamento sentimental precisavam agora ser sanados pela razão, pela ciência
e pelos valores supremos da época. Portanto, o Parnasianismo, na sua busca
incessante de novos temas, novos processos poéticos (“A arte pela arte”), foi
uma reação contra o Romantismo. Podemos sintetizar assim as principais
características dessa escola: a) - perfeição está na forma; b) linguagem é,
antes de tudo, correção e equilíbrio; c) sobriedade no emprego de figuras; d)
musicalidade dos versos, adquirida na variedade de vogais; e) emprego de rimas
raras; O a impassibilidade do poeta diante da obra; g) fuga dos sentimentos
vagos para ter visão do real; h) riqueza vocabular, rima rica e condenação de
hiatos; i) ênfase descritiva nos pequenos objetos, vasos, estatuetas, alfaias,
flautas, taças etc.; j) culto da beleza escultural; 1) simplicidade artística;
m) cultivo da “arte pela arte” (J. Milton Benemann e Luís A. Cadore: (“Estudo Dirigido de Português: Língua e
Literatura”). Quanto ao autores inseridos na escola parnasiana, destaca-se:
Olavo Bilac (1865-1918): Olavo Bilac
publica, em 1888, Poesias, quando o Parnasianismo brasileiro já estava definido
como um novo estilo, graças ao trabalho de Raimundo Correia e de Alberto de
Oliveira. Olavo Bilac, o mais talentoso dos três, no prefácio de seu livro de
estréia, sintetiza os princípios da “nova escola” no poema Profissão de fé
(Maria da Conceição Castro: “Língua e Literatura”). Quando Olavo Bilac, aos 23 anos, lança, em 1888, o seu volume
POESIAS, o Parnasianismo já estava consagrado como um novo estilo, graças aos
trabalhos de Raimundo Correira (a primeira parte de Sinfonias, 1883) e de Alberto de Oliveira (Meridionais, 1884). Mas coube a 01 avo Bilac, o mais jovem e mais
talentoso dos três, mas nem por isso necessariamente o melhor poeta, sintetizar
as idéias da nova moda de escritura num prefácio em versos que abre o seu livro
de estréia. Trata-se do poema “Profissão de Fé”, feito a partir de sugestões de
um outro poema do mesmo teor chamado “L’art”, do poeta francês Theóphile
Gauthier. E, segundo o testemunho da grande sensibilidade de Manuel Bandeira, a
“Profissão de Fé” de Bilac “sustenta galhardamente o cotejo com a de Gauthier”.
De fato, embora seja um poema sobre os princípios da nova estética, trata-se de
um belo texto, que pode, e deve, ser admirado em si (A. Medina Rodrigues, Dácio
A. de Castro e Ivan P. Teixeira: “Antologia
da Literatura Brasileira”).
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É isso!
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