O Almanaque é uma publicação que, além do calendário do
ano, contém matéria científica, literária, informativa e, às vezes, recreativa
e humorística etc. No século XIX e primórdios do século XX eles lograram enorme
sucesso entre a população brasileira. Havia almanaques de todos os tipos e para
todos gostos. Dentre os mais famosos, podemos citar o badalado “Almanaque Biotônico
Fontoura”, do qual surgiu a estigmatizada personagem Jeca Tatu, do escritor
Monteiro Lobato.
Etimologicamente a palavra almanaque, segundo
Littré, provem do pronome Almana, do
árabe al: o, e manakh:
computo; porem o que está
mais averiguado é que os anglo-saxões traçavam e escreviam seus cálculos
astronômicos em taboinhas que eles denominavam allmonaught. Tem-se
encontrado nos monumentos dos povos os mais antigos, quadros que indicavam as
divisões do ano, fases da lua, estações e numero de dias. Foi o Cristianismo
que veio tornar mais necessários estes calendários, para a fixação das festas
religiosas. O primeiro almanaque foi publicado na Alemanha em 1491, o qual foi
chamado Almanach perpetuo. Depois deste vem o de Rabellais, em Lyon, na
França, de 1553 a
1555; em 1636 o de Mathieu Laemberg, em Liege; em 1683, e sob o reinado de Luiz
XIV, Almanach real de
França etc. Em “Quincas Borba”, Machado de Assis faz menção a um outro famoso almanaque,
que, na sua época, era quase “leitura obrigatória”: o “Almanaque
de Laemmert”: “Em verdade, as noivas que apareciam ao lado do Rubião, naqueles
sonhos de bodas, eram sempre titulares. Os nomes eram os mais sonoros e fáceis
da nossa nobiliarquia.
Eis aqui a explicação: poucas semanas antes, Rubião apanhou um almanaque
de Laemmert, e, entrando a folheá-lo, deu com o capítulo dos titulares. Se ele sabia
de alguns, estava longe de os conhecer a todos. Comprou um almanaque, e lia-o muitas
vezes, deixando escorregar os olhos por ali abaixo, desde os marqueses até os barões,
voltava atrás, repetia os nomes bonitos, trazia a muitos de cor”.
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É isso!
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