A palavra asceta
vem do grego askétes: o que se exercita, formado de askein: exercitar-se. Desde os tempos mais remotos da igreja os cristãos
eram chamados de ascetas, os quais
eram diferenciados dos demais por seus exercícios de piedade e pela rigidez de
seus costumes. Na prática, diz-se daquele que demonstra suas virtudes pelo
exercício da vontade, pela meditação, pela mortificação. Exemplo extraído de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha: “O asceta
despontava, inteiriço, da rudeza disciplinar de quinze anos de penitência.
Requintara nessa aprendizagem de martírios, que tanto preconizam os velhos
luminares da Igreja. Vinha do tirocínio brutal da fome, da sede, das fadigas,
das angústias recalcadas e das misérias fundas. Não tinha dores desconhecidas.
A epiderme seca rugava-se-lhe como uma couraça amolgada e rota sobre a carne
morta. Anestesiara-a com a própria dor; macerara-a e sarjara-a de cilícios mais
duros que os buréis de esparto; trouxera-a, de rojo, pelas pedras dos caminhos;
esturrara-a nos rescaldos das secas; inteiriçara-a nos relentos frios;
adormecera-a, em transitórios repousos, nos leitos dilacerantes das
caatingas....”
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É isso!
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