Segundo
a contagem hebraica da Bíblia, nasceu
Cristo no ano 4004 da data que se convencionou chamar o início do mundo; e segundo
a contagem grega dos Setentas, nasceu no ano 5872. Ambas estas cronologias tem defensores e argumentos de
plausibilidade. No entanto, é mais aceita a
dos cronologistas da contagem hebraica. Corresponde o ano do nascimento,
nesta contagem, do meio do 4º ano da 194ª Olimpíada, e ao ano 753 da fundação
de Roma. Não são só estas duas contagens as que dividem os teólogos em relação
ao ano do nascimento de Cristo, e ao
suposto ano da criação do mundo. Há mais
de uma centenas de opiniões a este respeito. A opinião generalizada em tempos
passados, tem o ano 747 de Roma, “como o “verdadeiro ano do nascimento de Cristo”. O que daria uma diferença
de 7 anos em todas as datas, em relação a este nascimento: para menos, antes dele, e para mais, depois dele. Entre outros
estudiosos do assunto, passa “como ano
verdadeiro do nascimento de Cristo”, o ano de Roma 746, sendo cônsules
Caio Asínio Galo e Caio Mareio Censorino, ano corrente desde as Palilias, (Festas dos Pastores), em 21 de abril. E é correspondente
ao ano 37 de Augusto, corrente desde a morte de César, em 15 de março; ao ano Juliano
38; ao ano 768 das Olimpíadas, corrente desde o solstício do verão; e ao ano
3992 da criação do mundo. A estas datas é que na realidade corresponde o ano 4714
do período Juliano, tomado sempre entre os teólogos como o “verdadeiro ano do nascimento de Cristo”. O
que dá, em todas as datas, em relação a este nascimento, não uma diferença de 7
anos, mas de 6, contados sempre, para menos,
nas anteriores, e,
para mais, nas posteriores. O ano do
nascimento de Cristo por esta contagem pode ser aceito em relação aos acontecimentos
anteriores, e em relação aos acontecimentos posteriores. Em ordem aos acontecimentos
anteriores, está o ano de Cristo conexo com o ano daquilo que o calendário
judaico diz ser o da criação do mundo, com as Olimpíadas gregas, com a fundação
de Rama, e com a “Era Espanhola”, e, igualmente, com as eras do Nabonassar, dos
Selêucidas, e dos Antioquenos. Em ordem aos acontecimentos posteriores, está conexo o ano de Cristo com a
era comum, com a “Era dos Mártires”, e com a “Era Maometana” da Hégira; e bem assim com as perseguições
do cristianismo, com a “paz de Constantino”, com a divisão do império romano em
oriental e ocidental, com a tomada da Roma pelos godos, com a invasão dos
bárbaros na Europa e na África, com a entrada dos mouros na Espanha, e com o
novo império de Carlos Magno.
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É isso!
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Referência Bibliográfica:
Almanach
familiar para Portugal e Brazil: 1º anno, publicado por: Gualdino Valladares e
Augusto valladares. Tipografia de A.B. da Silva. Braga, 1868.
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