A palavra bula vem do latim bulla, bullae: bolha, selo, sinete. Este era o nome
que se dava antigamente a qualquer diploma, carta, breve, rescrito ou letras
apostólicas em
pergaminho. Tinha ainda sentidos muito diversificados entre os
romanos, que chamavam bula à insígnia que traziam no pescoço aqueles que
entravam triunfantes em
Roma. Este mesmo nome era dado às medalhas que os nobres
levavam ao peito, como sinal de emblema ou como indicativo de sua nobreza. Já no
fim do Império davam-se o nome de bula a todas às peças de ouro, prata e
outros metais, lavrados em formato redondo e oval, e que serviam de ornamentos
para escritórios, cadeiras, portas etc. Também os selos já foram chamados de bulas,
sendo o nome dado pelo rei Luiz II, rei da França, chamado o Gago, que empunhou
o cetro de 877 a
879. Hoje, o termo é mais utilizado em referência ao impresso que acompanha um
medicamento e que contém as indicações necessárias para o respectivo uso, e,
também, no caso da bula papal, que é uma carta patente que contém
decreto pontifício. Exemplos de Joaquim Nabuco, em “Minha Formação”: “Alguns dos seus ilustres predecessores
procederam por vezes contra a escravidão; tendo esta por única origem o
tráfico, está de fato compreendida nas bulas
que o condenaram, mas os tempos em que esses imortais pontífices falaram não são
os nossos, a humanidade então não havia feito esforços para apagar o seu crime
de tantos séculos contra a África, cuja raça infeliz parece destinada a sofrer,
sob formas diversas do mesmo preconceito, a fatalidade da sua cor”; em “O Abolicionismo”: “Nem os bispos, nem os vigários, nem
os confessores, estranham o mercado de entes humanos; as bulas que o condenam são hoje obsoletas.”
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É isso!
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