19 de nov. de 2012

A origem do “Capricho”


A petulância, a inquietação e o desejo contínuo de mudar de lugar é uma das principais características da cabra. Assim, os italianos denominaram capriccio, os franceses caprice, e nós capricho, do latim capra (cabra) as nossas fantasias e as nossas mudanças repentinas de comportamento. Exemplos de Machado de Assis: em “Ressurreição”: “Félix começou a sentir-se bem ao lado daquela moça, e esquecendo de boa vontade a festa em que só aparentemente figurava, ali se demorou longo tempo com ela, alheio aos comentários estranhos, todo entregue ao capricho do seu próprio pensamento”; em “A Mão e a Luva”: “Guiomar, embora tivesse ido vestir-se e aprimorar-se, com tão singelos meios o fizera, que não desdizia daquele matinal desalinho em que o leitor a viu no capítulo anterior. O penteado era um capricho seu, expressamente inventado para realçar a um tempo a abundância dos cabelos e a senhoril beleza da testa”; em “Helena”: “Suas amizades são das que duram a roda de uma valsa, ou quando muito, a moda de um chapéu; podem satisfazer o capricho de um dia, mas são estéreis para as necessidades do coração”; em “Iaiá Garcia”: “Talvez já não pense em casar comigo. Foi um capricho que passou, como todos os caprichos; foi como a chuva de ontem, que deu apenas alguns salpicos de nada”; em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”: “E notem que o Quincas Borba, por induções filosóficas que fez, achou que a minha ambição não era a paixão verdadeira do poder, mas um capricho, um desejo de folgar.”

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É isso!

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