A palavra feriado vem do latim feriatus: aquilo em que está em festa.
Para nós designa o dia em que se suspende o trabalho, por prescrição civil ou religiosa.
Sabe-se que outrora os dias feriados eram em número bem superiores aos atuais. Com o advento da Revolução Industrial, porém, uma houve supressão acentuada deles, embora os
capitalistas de hoje ainda vejam nos feriados um estorvo para o progresso. Em seu “O Direito à Preguiça”, o revolucionário socialista
francês Paul Lafargue tece alguns comentários
sobre a questão: “No Antigo Regime, as leis
da Igreja garantiam ao trabalhador 90 dias de descanso (52 domingos e 38 dias
feriados) durante os quais era estritamente proibido trabalhar. Era o grande
crime do catolicismo, a causa principal da irreligião da burguesia industrial e
comercial. Na Revolução, mal esta foi senhora da situação, aboliu os dias
feriados e substituiu a semana de sete dias pela de dez. Libertou os operários
do jugo da Igreja para melhor os submeter ao jugo do trabalho. O ódio pelos
dias feriados só aparece quando a moderna burguesia industrial e comerciante
ganha corpo, entre os séculos XV e XVI. Henrique IV pediu a sua redução ao
Papa; este recusou, porque "uma das heresias que correm atualmente diz
respeito às festas" (carta do cardeal d'Ossat). Mas, em 1666, Perefixe,
arcebispo de Paris suprimiu 17 na sua diocese. O protestantismo, que era a
religião cristã adaptada às novas necessidades industriais e comerciais da
burguesia, preocupou-se menos com o descanso popular; destronou no céu os
santos para abolir na terra as suas festas. A reforma religiosa e o livre
pensamento filosófico não eram senão pretextos que permitiram à burguesia
jesuíta e voraz escamotear os dias de festa do popular.” Exemplo da nossa
Literatura: José de Alencar, em “Ao Correr da Pena”: “Logo que os homens aprenderam por
experiência própria quanto custavam os tais seis dias de trabalho, assentaram
que era preciso pelo menos dois ou três dias de descanso. Daí veio que os
antigos, pensando sobre a gravidade do caso, inventaram os dias santos para
iludirem o preceito da Bíblia; e modernamente se instituiu nas semanas em que
não há dias santos, o feriado da
quinta-feira para estudantes e lentes, porém especialmente para estes.”
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É isso!
É isso!
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