AQUÁRIO (Junonis astrum, Deucalião,
Aristeu, Ganymedes. puer Iliacus, jovis cynoedus (favorito de Júpiter), Cecrops,
Fusor Aquce, Amphora, Urna, Aquce Tyrannus) - Vários atores pensavam que este nome derivava da estação das
copiosas chuvas na Europa à entrada do inverno. Os poetas pretenderam
que era Deucalião, o reparador e pai
do gênero humano, que os homens deificaram. Alguns querem que seja Cecrops, o qual, indo do Egito à Grécia,
edificou Atenas e teve o cognome de Biformis. Outros disseram que era Ganimedes,
mancebo de extrema beleza, que Júpiter fez arrebatar por uma águia, a fim de
servir o néctar à mesa dos deuses, quando Hebe foi despedida dessas funções. O
Aquário, isto é, a imagem de um homem segurando um cântaro, encontra-se em
diversos lugares sobre os monumentos egípcios. Plutarco conta que no mês tiby, ia-se de todos os pontos em cerimônia
buscar água ao mar, para conserva-la religiosamente, exclamando-se com entusiasmo
que se tinha achado Osíris. O mês tiby
corresponde ao nosso mês de janeiro, e é aquele em que o Sol se encontra no
signo do Aquário. É, portanto, muito provável que esta festa tivesse a mesma
origem na religião egípcia que o próprio nome do Aquário, o qual lhe é tão
análogo.
PEIXES (Pisces, Dü Syri, Proles
dercia, Dione Veneris mater, Venus Syria cum Cupidine, Venus cum Adone) - Os poetas dizem que tendo Vênus
encontrado Typhon às margens do Eufrates, por medo se precipitou em peixes. Daí provinha a
veneração que, na Síria, se tributava aos peixes. Dercis e Atergatis eram
duas deusas que muitos têm confundido com Vênus. Os peixes encontram-se num
antigo obelisco egípcio descrito por Pococke. O signo dos Peixes foi, entre os
gregos, consagrado a Vênus, como no Egito o era a Nephtis, deusa do mar. Os egípcios aborreciam os peixes e tudo que
provinha do mar, inclusive Nephtis, mulher
de Typhon, que era o monstro da
natureza, a quem os egípcios davam o império do mar. Além disso, o tempo do ano
em que o sol está no signo dos Peixes era o do crescimento de muitas plantas
venenosas, que se atribuíam a Nephtis,
como os outros flagelos da natureza. Finalmente, pode-se acrescentar que o signo
dos Peixes é o ultimo signo, ou o fim do Zodíaco, assim como o mar Mediterrâneo
era o termo do Egito.
ÁRIES ou CARNEIRO
(Princeps Zodiacci, dux gregis,
Vernex, vernus Portitor, Ovis Aurea, Chrysomallus (tosão de ouro), Júpiter Ammon, Jovis
sidus, Minerva sidus, Aries). - Ovídio,
nos seus Fastos, dá-lhe o nome de Ovelha de Helle. Segundo a maior parte dos autores, o “carneiro
celeste” é aquele cujo velo ocasionou a viagem dos Argonautas. Alguns
pretendem, que era o nome ou o pavilhão do navio em que Frixo e
sua irmã Hele fugiram, para evitarem o ser sacrificados por seu pai Athamas. Sob o nome de Carneiro, também há quem queira ver
o alo de Frixo, filho de Athamas, o qual foi tão celebre pelo seu saber, que os
habitantes da Colchida não podiam resolver-se a perde-lo, indo os gregos, em
grande força, liberta-lo desse exílio. Outros, como Suidas, entenderam sob o
nome de tosão de ouro, um livro em pergaminho, que ensinava a pedra filosofal;
segundo Plutarco uma mina de ouro; segundo Justino as palhetas de ouro que se
extraiam dos rios por meio de peles de carneiro, ou os tesouros que Frixo tinha levado para a Colchida. O Carneiro
achava-se incontestavelmente no zodíaco egípcio; o Carneiro era consagrado a Jupiter Ammon; Ammon presidia
ao equinócio da primavera, o qual caía no signo de Áries. Era antigamente
representado com uma cabeça de carneiro: daí se explicam todas as fábulas que
se espalharam entre os egípcios, os gregos e os árabes, sobre o Carneiro ou
sobre Jupiter Ammon.
TOURO (Portitor Europae, Princeps
Armenti, bibulum caput (cabeça de boi), Io, Inachis (filho
de Inácio), Isis, Chironis filia, Osiris, Veneris sidus) - Segundo os gregos, é o
touro de que Júpiter se transformou para raptar Europa, filha de Agenor, rei
dos fenícios. Explica-se, também, esta fábula dizendo que o touro era a insígnia ou o nome de
um navio no qual Europa foi raptada por mercadores de Creta. Ainda se disse que
era a vaca, da qual Io tinha se transformado; e explicou-se esta fábula,
dizendo que Io ou Ísis tinha ensinado a agricultura aos egípcios, sendo
deificada por eles, como prova de reconhecimento, sob a figura de uma vaca, símbolo
da agricultura. As Pleiades são estrelas situadas no pescoço do Touro;
os antigos as colocavam na cauda do Touro, sendo o seu nome oriundo do grego pleio
(navego), porque na primavera e próximo da época do seu nascimento helíaco,
se começavam as grandes navegações. Os poetas dizem que elas eram filhas de Hesperis
e de Atlas, e por isso se chamavam Hesperides ou Atlantidas.
Como Júpiter as tivesse amado, colocou-as no céu. Foi por motivo do seu ocaso
cósmico se efetuar cerca do equinócio da primavera, que se lhes chamou Virgiliae.
As Hyades, que os latinos chamavam Seculae, são uma outra
reunião de estrelas colocadas na fronte do Touro. O Touro servia para
representar o deus Ápis, pois se vê no livro de Luciano, sobre a
Astrologia, que o Touro Ápis era no Egito um animal sagrado, e que pronunciava
oráculos. Desde esse tempo, que esta constelação desempenha o primeiro papel
nas mitologias antigas, sobretudo pela sua estrela Aldebaran, que os
árabes chamavam o olho do Touro,
e os hebreus o olho de Deus. O Touro
é, com efeito, o signo mais antigo do Zodíaco, o primeiro que a precessão dos equinócios
colocou à frente dos signos. Nenhuma tradição histórica, nenhuma lenda mesmo
associa a constelação do Carneiro
ou a dos Gêmeos à
renovação do ano, ao retorno da primavera, ao calendário primitivo. A
astronomia de observação parece ter sido fundada na época em que o equinócio da
primavera passava por Aldebaran, isto
é, proximamente três mil anos antes da nossa Era. Foi por essa época, que as
constelações dos zodíacos, sem dúvida formadas em datas diversas, como todas as
outra, segundo o seu brilho e a sua importância, parecem ter sido reunidas em
uma mesma cintura de doze signos percorridos de mês em mês pelo Sol.
GÊMEOS - Tinham
diferentes nomes nos autores antigos: eram Apolo
e Hércules, Triptolemo e Jasão, Amfião e Zeto, Castor e Polux, Teseu e Pintoo. Ao que
parece, a idéia foi colocar no céu o símbolo da amizade. Os Gêmeos correspondem, também, a duas divindades
que no Egito não se separavam : Horo
e Harpocrates. Os nomes de Castor e Polux prevaleceram. A estes dois irmãos foi reservado o nome de Dióscuros
que, literalmente, quer dizer filhos
de Júpiter. Segundo Homero, eram filhos
de Leda, a da aventura do cisne ou de
Tindara não menos formosa, porém de
certo mais modesta, ou menos original nos seus gostos, porque a sua fama não
passou à posteridade. O culto dos Dióscuros
generalizou-se por toda a Grécia e Itália. Castor
e Polux eram os deuses tutelares da
hospitalidade. Acreditava-se, também, que tinham o poder de apaziguar as
tempestades e que apareciam sob a figura de ligeiras chamas nas pontas dos
mastros e nas vergas dos navios. Era o fenômeno elétrico conhecido sob o nome de
Santelmo. Os dois gêmeos, Castor
e Polux, ainda hoje se vêem esculpidos
nos pórticos de um grande numero de catedrais.
CÂNCER ou CARANGUEJO (em latim) - Chamado, também, Cammaro, que, em grego, significa Cancer marinus, e
ainda Karkinos, que tem a mesma significação. Segundo os poetas, o Caranguejo foi colocado no céu por Júpiter, em
recompensa dele o haver ajudado nos seus amores, detendo pela sua mordedura a
fuga de uma ninfa, filha de Garamanto. Ampélio diz que o caranguejo foi
colocado no céu por Juno, depois de
ter sido esmagado por Hercules, por incomodá-lo no combate contra a hidra de
Lerna; sabe-se que Juno, sempre inimiga de Hércules, perseguiu por toda a parte
este herói, suscitando obstáculos a todas as suas aventuras. O Caranguejo que,
entre os romanos, era consagrado a Mercúrio, entre os egípcios era Anúbis, como
se vê em muitos monumentos antigos. No quarto século antes da nossa Era,
Eudóxio, e depois Arato e Eratóstenes, falam do Caranguejo e do seu Presépio,
fazendo já então os astrólogos grande caso deste signo do zodíaco e da sua vizinhança:
as estrelas do Leão. A filosofia caldáica e platônica assegurava mesmo que era
por esta porta obscura que as almas desciam do céu para virem encarnar-se nos
embriões humanos. O presépio é um aglomerado de estrelas que tem esse
nome, aparentemente cristão, desde uma época muitíssimo anterior ao cristianismo. Os ingleses
chamam-lhe: Bee-hive: cortiço de abelhas.
LEÃO - Os poetas dizem que é o Leão de
Neméa, domado por Hércules, e colocado no céu pela vontade de Juno. Manílio
chama a esta constelação Jovis e Junonis sidus; outros chamam-lhe
Bacchi sidus. Na Idade Média, os cabalistas viam, nela, o Leão da Tribo
de Judá, e alguns teólogos cristãos um dos leões da cova de Daniel. Na
astrologia, atribuía-lhe grande influencia, e os que nasciam no seu signo eram
destinados ás honras e á riqueza. A sua estrela mais brilhante, Régulo,
conhecida, há muitos séculos, pelo nome de o coração do Leão, era chamada, pelos gregos, Basilicos, porque, diz Gemínio, aqueles a cujo nascimento ela
presidia diretamente passavam por ser de ascendência régia. Basilicos significa: pequeno rei,
e foi por isso que Copérnico traduziu esse nome pelo de Régulo, com que hoje a
estreita é conhecida. O Leão pertencia ao Sol ou a Osíris, sem duvida por causa
da grande face que o Sol apresenta quando está neste signo. Horapólio assegura
que o Leão, entre os Egípcios, significava o tempo em que a inundação do Nilo é
mais intensa; por isso as comportas que serviam para formar os canais do Nilo, eram
ornadas de cabeças de leão, segundo Plutarco, e isso vê-se ainda em antigos
monumentos publicados na Coleção de antiguidades, do conde de Caylus. O Leão é
uma das constelações que tem desempenharam maior papel nos fastos da
astronomia, da navegação, e mesmo nos da
religião e da historia. Régulo, sobretudo aliado a Júpiter, regia, como dissemos,
os altos destinos dos humanos; mas era implacável para as condições inferiores.
Sobre essa estrela regulava-se, nos antigos séculos, o calendário primordial
dos veneráveis astrônomos da Caldéia e da Babilônia; era essa estrela que os
vigias de noite, na torre de Babel, com a clepsidra em punho, observavam, para
determinarem os equinócios e os solstícios; foi desse astro que Timocharis e
Aristilo mediram cuidadosamente a longitude, e foi essa longitude e à da Espiga
da Virgem, que fizeram descobrir ao astrônomo alexandrino Hiparco o movimento
secular da precessão dos equinócios. Denébola,
outra estrela da mesma constelação, passava por ter a virtude e o poder de afastar
a influencia do Leão nos grandes calores e de fazer mudar o tempo quando a lua
cheia se lhe aproximava.
VIRGEM - É também
chamada: Ceres, deusa das colheitas, Ísis Erigone, Atergatis ou a Fortuna, Diana de Éfeso, Minerva, Concórdia, Ástrea Têmis, deusa da justiça; a Sibila de Virgílio que, com um ramo na mão,
desce aos infernos ou para baixo do hemisfério. Os antigos autores não estão de
acordo sobre a origem do nome desta constelação. Arato, Hiparco, Ptolomeu chamavam-lhe
Partenos, a Virgem.
De resto, como Ceres era considerada a deusa das ceifas, da justiça e das leis,
nada obsta a que consideremos como tendo sido aquela que os primeiros
astrônomos gregos pretenderam deificar. A Virgem é consagrada a Ísis. A esfinge
composta de um leão e de uma virgem, empregava-se para designar a inundação do
Nilo. Posteriormente, colocaram na mão da Virgem uma espiga, ou um feixe de
espigas, para exprimir as ceifas; talvez por os Orientais chamarem ao signo da
Virgem, Sunbuleh ou Schibbolet, isso é, espiga. A circunstância bastante curiosa de que outrora, no
solstício do inverno, cerca de 25 de dezembro, a Virgem dava nascimento ao
regresso do Sol Salvador,
e a de que, quando nasce é precedida no meio do céu pelo Presépio, adiante
do qual avançam, do oriente para ocidente, a bela estrela do precursor, Procion, e os Três Reis Magos, enquanto
que abaixo dela jaz a Serpente da Hidra; estas aproximações dizemos, levaram
certos estudiosos a supor que a Virgem Maria nunca existiu, nem Jesus, imagem
do Sol, e que não havia na sua historia senão um mito astronômico oriental. Pelo
mesmo processo se demonstrou já que Napoleão nunca existiu, e que ele não é,
também, senão uma imagem simbólica do astro do dia. Com efeito. o seu nome
significa novo Sol, novo Apolo: Né-apolio, como ainda hoje se vê
gravado no soco da coluna Vendôme, em Paris. Nasceu para as bandas do Oriente (com
respeito á França e aos países ocidentais desta) em uma ilha, no seio das
ondas, e sua mãe, Letícia, não é outra senão a alegria (Ioetitia) do
nascer do Sol. Extinguiu-se, como este, no mar ocidental, levado pelos
homens do norte para os antípodas; tinha doze companheiros de guerra, doze
marechais, como Jesus teve doze apóstolos e são doze os meses do ano.
LIBRA ou BALANÇA - A Balança é chamada jugum
em Cícero, e Mochos em Ampélio; em Virgílio: as garras do escorpião.
Esta balança indica, segundo alguns autores, o equilíbrio da natureza, a
igualdade dos dias e das noites, a temperatura do outono. Tal explicação,
porém, é errônea. A Balança já existia no
Zodíaco antes da época em que ela marcava o equinócio do outono. O seu nome é
devido às suas duas principais estrelas, que são de igual grandeza, bastante
afastadas uma da outra, e dando muito simplesmente a idéia de dois pratos de
balança. Houve quem refutasse esta idéia, pretendendo que os antigos não
conheciam a balança de dois pratos, e que os romanos, principalmente, se
serviam do instrumento a que nós chamamos balança romana. É mais um
erro: a balança, chamada romana, não provém dos
romanos, mas sim dos árabes: o seu nome deriva da palavra árabe rommana: peso; e a mais antiga balança, a mais
natural é a balança de dois pratos. Os antigos acrescentavam-lhe a figura de um
homem, talvez de Mochos, inventor dos pesos e das balanças; outros colocavam
esta balança na mão da Virgem. Virgílio, nas Geórgicas, escreveu que era a
justiça de Augusto consagrada pelo nome de uma nova constelação; mas isso
provém, talvez, unicamente de cair o nascimento de Augusto no começo do signo
da Balança, como observa Scaligero. E o próprio Virgílio era, nesse ponto,
intencionalmente lisonjeiro, pois em outro lugar do mesmo poema reconhece à Balança
diversa origem. A Balança e o Escorpião
eram compreendidos ambos sob o nome deste último. Este animal, consagrado a
Marte entre os romanos, pertencia, entre os egípcios, a Tifão, como todos os
animais perigosos. Plutarco diz positivamente que os egípcios tinham colocado o
império de Tifão, no signo do Escorpião.
ESCORPIÃO - O Escorpião é chamado em Cícero, Nepa; em Manílio, Martis sidus
; em Arato, Fera magna, porque ocupava dois signos inteiros. Os poetas dizem ter sido o Escorpião que, por
ordem de Diana, mordeu vivamente no calcanhar o altivo Orion, que se
vangloriava de poder desafiar os mais ferozes animais, e que até mesmo, no
dizer de alguns, havia empreendido violar Diana. Era talvez destinado a indicar
as doenças perigosas que reinam algumas vezes, no outono. O aspecto deste
animal temeroso foi causa, diz Ovídio, do terror e da perda de Faetonte, quando
ele tentou conduzir no espaço o carro chamejante do sol. O Escorpião, assinalado
pela bela estrela vermelha Antares, estende-se abaixo da constelação de
Ofíuco, ao sul do equador, e mesmo ao sul da eclíptica, afastando-se para mais
de 120 graus do pólo norte. O nome de Antares significa, em grego, rival de Marte, o que proa
que nesses remotos tempos da primitiva civilização helênica, a coloração rubra
e ardente deste sol remoto assemelhava-se, tal qual como agora, á do planeta
designado pelo nome do deus da guerra. Antares define o coração do
Escorpião. A primitiva constelação deste nome estendia-se até á Virgem, e
compreendia, como dissemos, as estrelas da Balança. Ainda assim sucedia no tempo de Eratóstenes, o
qual deixou uma descrição dela no seu livro dos Catasterismos. Manéton
foi o primeiro que nos disse terem os sacerdotes mudado as garras do Escorpião
em pratos da Balança, fazendo assim duas constelações da que primitivamente era
uma só.
SAGITÁRIO - É chamado, algumas
vezes, Centauro, Tauro, Quiiron, Filirides (filho de Filira), Semivir,
Arco, Paretra, Eques, Minotauro, Croton. Crê-se que foi o centauro Quiron,
filho de Saturno e de Filira, o primeiro que ensinou aos homens a arte de
montar a cavalo; primava na sabedoria e no conhecimento dos astros; foi o
preceptor de Aquiles, de Jasão, de Esculápio; foi morto por uma seta embebida
no sangue da hidra de Lerna, e colocado no céu, bem como a seta que o matou.
Ovídio fala dele, no mesmo sentido, por ocasião do nascimento do Centauro, que
ele refere a 3 de maio ou a 5 das nonas. Outros, contudo, entenderam
que se devia referir a Quiron a constelação do Centauro, mas que a do Sagitário
vinha a ser o Minotauro de quem Pasifai se enamorou. Luciano parece indicar que
foi o amor da astronomia e o estado das constelações celestes, sobretudo da
constelação do Touro, que deu lugar à fábula sobre a paixão de Pasifai. Querem
alguns que seja Croton que, tendo sido criado no monte Hélicon em
companhia das musas, veio a ser excelente -poeta e grande caçador: estava
incessantemente a cavalo; foi considerado, como sendo por assim dizer semi-homem
e semi-cavalo: foi transportado ao céu por Júpiter, a pedido das Musas. O
Sagitário estava colocado no céu como sendo uma imagem de Hércules, o qual era
tido entre os egípcios na mais alta veneração. Os egípcios reuniam muitas vezes
os corpos humanos com os dos animais, e não admira que tenham dado a este herói
uma porção de cavalo que, para eles, era o símbolo da guerra.
CAPRICÓRNIO - Chama-se também a cabra Amalteia o Bode, o
signo do inverno, e a porta do sol, porque se consideravam os dois trópicos
como as duas portas do céu; por uma, subia o Sol para as regiões superiores;
pela outra, descia ele para a região mais baixa do céu. Os poetas dizem que
esta constelação representa a cabra Amalteia cujo leite serviu ás ninfas que
tomaram cuidado de Júpiter no monte Ida, e que Júpiter, reconhecido, colocou, em
seguida, entre os astros. Outros explicam a fôrma extravagante do Capricórnio,
que é a metade cabra e metade peixe, por meio de uma outra fábula: estando os
deuses á mesa, em um lugar do Egito, Tifão, o mais terrível dos gigantes,
apareceu subitamente e causou tão grande temor, que todos os deuses procuraram a
sua segurança na fuga, e tomaram diversas formas: Pan, o deus dos caçadores,
dos pastores e de toda a natureza, mergulhou-se no Nilo até meio corpo, tomando
a fôrma de peixe na parte posterior e a de cabra na parte anterior; e Júpiter
quis conservar a memória deste acontecimento, colocando no céu esse animal monstruoso.
Estas origens são tão absurdas, que
apenas por curiosidades merecem ser referidas. O Capricórnio era consagrado a Pan
ou a Mendes, divindade dos egípcios, cujo símbolo era um bode, e que eles
respeitavam até mesmo neste animal, no qual não ousavam tocar; sustentava-se
esse bode num templo e tributava-lhe culto religioso.
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É isso!
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Referência Bibliográfica:
Almanach de “Pelo Mundo”, 1º anno, 1923. Empreza de Publicações Modernas. Rio de Janeiro, 1923.
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