Ampulheta deriva seu nome de ambula (ou ampula), sendo o diminutivo desta palavra. Ampula
é um vaso de metal, cristal ou vidro, com gargalo estreito e corpo largo e
redondo na parte inferior. São geralmente assim os vasos usados para armazenar os “óleos santos” da igreja. A ampulheta é assim chamada porque tem a forma de
duas ampulas unidas pelos gargalos,
sendo uma espécie de relógio, no qual, por um pequeno furo corre
alternadamente, de um para o outro vaso, a areia com que se mede um determinado
espaço de tempo. A ampulheta, que tinha por nome Clepsidra, era de água. Num
relevo que se descobriu há muito tempo, no qual se representavam as núpcias de
Tétis, vê-se Morfeu empunhando na mão esquerda uma ampulheta. A ampulheta com
duas asas em sentido oposto na divisão dos vasos, era símbolo mortuário, sendo
comum nos pórticos de muitos cemitérios. A idéia é mostrar que o tempo,
simbolizado pelo relógio de areia, voa com a rapidez das aves, daí a sabedoria
popular comparar a vida à sombra de um pássaro que nos sobrevoa, a poeira que o
vento leva, a fumaça que o tempo dissipa etc. Exemplos: de José de Alencar, em
“Ao correr da pena”: “O
tempo corre, passam-se os dias, e o ano vai rapidamente chegando a seu termo;
mais algumas semanas e ele cairá na eternidade como um grão de areia na ampulheta das horas”;
de José Saramago, em “As Intermitências da Morte”: “A morte voltou a sentar-se, pôs de lado o verbete do músico e
começou a escrever. Uma ampulheta de
quatro horas teria deixado cair o derradeiro grão de areia precisamente quando
ela acabou de assinar a ducentésima octogésima quarta carta”;
de Aluísio de Azevedo, em “Casa de Pensão”: “A areia da ampulheta
esgotava-se defronte da calva e dos bocejos do senhor presidente. Correu meia
hora; Amâncio ergueu-se afinal, entregou a sua prova e saiu das sala, a
esfregar, muito preocupado, os dedos das mão direita contra a
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É isso!
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