19 de nov. de 2012

O que é “Astrologia”



A  palavra astrologia é formada por astro, latim astrum (corpo celeste) e o radical grego logia (discurso, tratado, ciência). Astrologia é, portanto, o a ciência ou o estudo dos astros. Julga-se que nasceu na Caldéia; outros, porém, afirmam que sua origem vem do antigo Egito, de onde se espalhou para outras partes do mundo.  O astro de referência para os antigos astrólogos nas suas previsões eram as estrelas. Eles ocupavam postos elevados e exerciam muita influencia, por exemplo, entre os caldeus, egípcios, fenícios, árabes e especialmente entre os babilônios. Na Bíblia há muitas referências aos astrólogos, como esta: “Cansaste-te  na multidão dos teus conselhos; levantem-se pois agora e te salvem os astrólogos, que contemplam os astros, e os que nas luas novas prognosticam o que há de vir sobre ti (Is. 47:13). Em seus “Inéditos e esparsos”, Júlio Diniz discorre sobre o encontro de um frade com um astrólogo judeu, num diálogo “astrológico” bem interessante. Vejamos: “Frei Domingos, deixando os nobres em casa de Justa Rodrigues, foi procurar o astrólogo judeu. A habitação deste não desdizia nada da pragmática astrológica. O frade entra como para consultar o astrólogo ; mas, sentando-se, principiou a blasonar de céptico e a ridicularizar a ciência do sábio. Este irrita-se. O frade mostra-se conhecedor de alquimia e de astrologia judiciária e revela-se ao astrólogo como um competidor respeitável. Este pergunta-lhe o que o levou a procurá-lo. Frei Domingos responde-lhe que a vontade de lhe prestar um serviço. Pergunta-lhe o astrólogo qual. Frei Domingos diz-lhe que lhe vem ler o horóscopo. O astrólogo dispensa-o. O frade insiste e diz-lhe que ele também possui a ciência judiciária e que esta prevê que o astrólogo está sob uma fatal influência e que ao longe avista o clarão da fogueira com que se castigam os heréticos. O astrólogo, judeu refugiado de Castela, perturba-se e olha com suspeita para o frade. Este tranquiliza-o assegurando que está para com ele nas melhores intenções e que a prova é vir ensinar-lhe novos e mais seguros processos astrológicos do que os da antiga ciência. O astrólogo desconfia que alguma tenção oculta trouxe o frade ali e prepara-se para escutá-lo. Este aconselha-o a que não fite tantas vezes os astros, mas que procure achar a previsão dos acontecimentos humanos nos sinais terrenos. Que escute mais os homens como melhores guias e conselheiros para formular os seus vaticínios. Que, por exemplo, não despreze os avisos, ainda dos mais humildes. Que se ele um dia viesse dizer-lhe que três nobres, disfarçados, tencionavam procurá-lo numa certa noite, todos ambiciosos mas prudentes e dissimulados e que a dois podia, sem receio de desagrado, predizer honras, grandezas e favor real, sendo provável que o futuro não deixasse muito mentiroso o vaticínio, mas que a um, ao que trouxesse por exemplo um anel de esmeralda, o futuro devia ser mais prometedor, elevá-lo, elevá-lo ao mais alto, não duvidando para isso derrubar alguns obstáculos que lhe tolhiam o passo, aos últimos degraus—sem dizer a maneira como — deixando apenas entrever que um pouco de boa vontade da parte do consultante, alguma condescendência para com os amigos, facilitaria o acesso. Que procedendo assim se faria uma astrologia menos visionária. O astrólogo compreendeu o frade e prometeu aproveitar a lição. Frei Domingos retira-se. O astrólogo, como para se vingar da superioridade que o frade assumia sobre ele, disse-lhe à saída, que, enquanto ele falara lhe estivera lendo o horóscopo. Frei Domingos pergunta-lhe com desprezo o que tinha descoberto. — Que a vossa cabeça anda arriscada, reverendo nono—foi a resposta do astrólogo, dita com uma simplicidade velhaca. O frade encolheu os ombros coro desdém e prometeu voltar.”

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É isso!

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