Figurativamente os tempos áureos referem-se aos tempos de grande
florescimento cultural ou que foram marcados por acontecimentos ditosos ou
excepcionais. A palavra áureo vem do latim aureus: de ouro, da cor do ouro, coberto de ouro,
brilhante. Entre os antigos romanos foi a primeira moeda de ouro,
cunhada em 190 a .C.
O seu valor era o mesmo que tinham antes as moedas de prata, sendo regulado
pelo seu respectivo peso. Também foi o nome da moeda de Portugal desde os
primórdios de sua monarquia, cujo valor era incerto. Diz-se que estes áureos
eram as dobras de ouro antigas, lavradas pelo o rei D. Sancho I, que gravou sua
figura montada a cavalo, e a inscrição: Sancius
Rex Portugalis, e no verso o escudo do reino formado de cincos talhos com
quatro estrelas entre os espaços, e nas beiradas a frase: In nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti. Amen. O áureo
dos romanos constava de 25 denários ou dinheiros, porém havia outro de menor
valor que se chamava aureolo, que parece também ter sido usado em Portugal. Exemplos
do uso figurado do termo: de Camilo Castelo Branco, em “Cabeça, Coração e
Estômago”: “A acusação fez o penegírico dos séculos áureos em que
não havia imprensa, nem as vidas das famílias estavam expostas aos enxovalhos
de escrevinhadores devassos”; de
Mário de Sá Carneiro, em “A
Confissão de Lúcio”: “Sim, a minha alma quer dormir e, minuto a
minuto, a vêm despertar jorros de luz, estrepitosas vozearias: grandes ânsias,
idéias abrasadas, tumultos de aspirações — áureos
sonhos, cinzentas realidades…”
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É isso!
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