A palavra apatia vem do grego apátheia:
insensibilidade, calma estóica, através do francês apathie e apathique, que eram termos adotados na linguagem científica ou
entre doutores e intelectuais. Apathie
exprime a carência de paixões, a incapacidade de sentir afeto algum, a estóica
insensibilidade de determinadas pessoas, as quais não se deixam abalar por
nada; e apathique denota a pessoa que é insensível, que não tem afetos, que
é incapaz de paixões, o homem desleixado, inerte, indolente etc. Exemplos da
Literatura: Manuel Antônio de Almeida, de Memórias de um Sargento de Milícias:
“Luisinha, uma vez extinto o entusiasmo
que, suscitado pelas emoções que experimentara
na noite do fogo, a acordara da sua apatia,
voltara de novo ao seu antigo estado”;
de Domingos Olímpio, “Luzia Homem”: “Alexandre
livre, remido da infâmia, radiante de ternura a lhe sorrir com amor. Tinha
estremecimentos de júbilos comedidos; a efêmera visão fugia com as colunas de
pó desfeitas, e a pobre recaía desiludida numa dolorosa apatia de quem espera em vão”; de Aluísio Azevedo “Casa de Pensão”: “E como estas, outras e outras recordações
foram-se enfiando e desenfiando pelo espírito sensual e mesquinho do vaidoso,
até deixá-lo mergulhado na apatia
dos entes sem ideais e sem aspirações”; de
José de Alencar, em “Senhora”: “Esta
ânsia de festa e distrações sucedendo a uma inexplicável apatia e recolhimento, faria desconfiar que Aurélia buscava na
sociedade, não o prazer, mas talvez o esquecimento”; de Euclides da Cunha, em “Os Sertões”: “E a histórica paragem, liberta da apatia do muslim inerte, transmuda-se
volvendo de novo à fisionomia antiga”; de Machado de Assis, em “Memórias
Póstumas de Brás Cubas”: “Cada século trazia
a sua porção de sombra e de luz, de apatia
e de combate, de verdade e de erro, e o seu cortejo de sistemas, de idéias novas,
de novas ilusões; cada um deles rebentavam as verduras de uma primavera, e
amareleciam depois, para remoçar mais tarde.”
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É isso!
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