A palavra paradoxo vem do grego parádoksos, formada de para
(contra) e doxo (opinião). No latim Paradoxum é uma sentença que
se opõe à opinião comum. Como figura de linguagem (ou pensamento), Paradoxo é, na definição de Rocha Lima:
“a reunião de idéias contraditórias num só pensamento, o que nos leva a
enunciar uma verdade com aparência de mentira". Escreve ele, e, sua “Gramática
Normativa da Língua Portuguesa”: “Estriba
o paradoxo na diversidade de modos de ver com que apreciamos as coisas e os
seres; quando falamos, por exemplo, dos ricos
pobres, estamos a conciliar dois julgamentos distintos: pensamos na riqueza porque têm dinheiro, mas
simultaneamente na sua pobreza, por sabermos
do vazio da vida que vivem, ou da sua aridez de alma... Todo paradoxo encerra,
em última análise, uma antítese, porém uma antítese especial, que, em vez de
opor, enlaça idéias contrastantes”. Exemplos da Literatura: de Machado de
Assis, em “Notas Semanais”: “Dizem
os alemães que duas metades de cavalo não fazem um cavalo. Por maioria de razão
se pode dizer que metade de um cavalo e metade de um camelo não fazem nem um
cavalo nem um camelo. Isto, que parecerá axiomático aos leitores, é nada menos
que um absurdo aos olhos dos partidos de uma das paróquias do Norte, a paróquia
de São Vicente; um absurdo, um paradoxo,
uma Monstruosidade”; em “O Espelho” (conto): “Não discutia nunca; e defendia-se da abstenção com um paradoxo, dizendo que a discussão é a
forma polida do instinto batalhador, que jaz no homem, como uma herança bestial”;
de Joaquim Nabuco, em “Minha Formação”: “De repente encontra-se um quase paradoxo, desses que põem em confusão
todas as idéias morais da experiência histórica.”
---
É isso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário