A expressão belo sexo vem do francês beau
sexe, utilizada para designar o sexo formoso, ou seja, o sexo feminino (as
mulheres). No século XIX e nos primórdios do XX, quando a influência do francês
era de grande realce no Brasil, tal expressão era de uso muito comum entre as
pessoas, como se pode observar nesses exemplos extraídos da nossa literatura:
de Machado de Assis, em suas “Notas Semanais”: “Emília Rosa é uma senhora, vinda da Europa, com a nota secreta de que
trazia um contrabando de notas falsas. Rien
n'est sacré pour un sapeur; nem as malas do belo sexo, nem as algibeiras, nem as ligas”; de
Raul Pompéia, em “Uma Tragédia no Amazonas”: “Como o astrônomo deixa escapar um riso
de mofa, ao ler uma poesia à lua de algum enlevado cantor, o conhecedor
profundo desse bando, denominado pelos homens das nuvens, "belo sexo", e mais prosaicamente
mulher, não pode reter o escárnio, contemplando um hino em que um amante em
delírio exalta os grandes dotes da sua bela”; de Joaquim de Macedo, em “As Mulheres de Mantilha”: “O vice-reinado do velho conde de Azambuja durou apenas dois anos
incompletos, sucedendo-lhe o marquês de Lavradio que era muito sensível aos
encantos do belo sexo, e
ardentemente se apaixonou por Maria...”; de Bernardo Guimarães,
em “A Escrava Isaura”: “Todavia não é menos certo que do belo sexo, sem distinção de classes, ao menos a metade é ludibrio
dessas invejas, ciúmes e rivalidades mesquinhas”; de
José de Alencar, em “O Gaúcho”: “Sensível a essa fineza do belo sexo, o veterano alisava o bigode grisalho, pagando com um
sorriso os olhares coados pelas rótulas”; de Lima Barreto, em “Diário Íntimo”: “O militar evitou a questão
e, pela sobremesa, em seguida ao bacharel Alfredo, que brindara ao dono da
casa, saudou o belo sexo — a
providência moral do homem — na frase do grande filósofo Augusto Comte.”
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É isso!
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