A palavra cisma vem do latim eclesiástico schisma, que significa: cisão, pelo grego skhisma: divisão, separação, ruptura, referindo-se originalmente às divisões ocorridas no seio
da Igreja Católica, como o Grande Cisma,
que consistiu numa crise da Igreja Católica, que durou quase 40 anos, de 1378 a 1417, quando dois
papas existiram ao mesmo tempo, um em Roma e outro em Avinhão (França), os
quais se excomungavam mutuamente. Outro cisma, também religioso, refere-se ao Cisma Grego, que foi a separação da Igreja de Constantinopla (ou Igreja
Ortodoxa Grega) da Igreja Romana, que seu deu no ano de 1054. Pode-se
mencionar, ainda, o cisma ocorrido
na Inglaterra, quando o rei Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica, que o
excomungou em julho de 1533, evento este que culminou na formação da Igreja
Anglicana inglesa. Linguisticamente, na
Língua Portuguesa, o termo cisma
apresenta os seguintes sentidos: devaneio, sonho, fantasia, inquietação, idéia
fixa que não sai da mente, mania, receio de origem supersticiosa, vontade
obstinada ou repentina etc. Exemplos da Literatura: de Coelho Neto, em “A
Conquita”: “Só o
Toledo ficava muito triste, à noite triste, cantando baixinho, com melancolia,
o olhar perdido em cismas”; de
José de Alencar, em “Por que sou romancista”: “A
moléstia tocara-me com sua mão descarnada ; e deixou-me uma espécie de terror
da solidão em que tanto se deleitava o meu espírito, e onde se embalavam as cismas e devaneios de fantasia”; em “A Viuvinha”: “Ela se
tinha preparado para combater o amor brilhante, ruidoso, fascinador, dos
salões; mas não se lembrou de que ele podia vir, modesto, obscuro e misterioso,
enlear-se às cismas melancólicas de
sua solidão”; em “A pata da Gazela”: “Talvez em Amélia não fosse esse desmaio
senão o efeito da fadiga do baile, e das cismas
da noite maldormida”; de Bernardo
Guimarães, em “O Ermitão de Miguém”:
“Guaraciaba tanto tinha de meiga e singela, como de alegre e trêfega; ela se
aprazia por vezes em perturbar com encantadoras travessuras as graves e profundas
cismas de seu amigo”; de Machado
de Assis, em “Iaiá Garcia”: “Seu
pensamento cristalino e virginal, nunca embaciado pela experiência, ignorava
até as primeiras cismas de donzela.”
Não esquecendo do verbo cismar, que
significa: ficar absorto em pensamentos, preocupar-se, teimar, insistir, Desconfiar,
suspeitar etc.
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É isso!
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