2 de dez. de 2012

Ponderações sobre o “Cisma”


A palavra cisma vem do latim eclesiástico schisma, que significa: cisão, pelo grego skhisma: divisão, separação, ruptura, referindo-se originalmente às divisões ocorridas no seio da Igreja Católica, como o Grande Cisma, que consistiu numa crise da Igreja Católica, que durou quase 40 anos, de 1378 a 1417, quando dois papas existiram ao mesmo tempo, um em Roma e outro em Avinhão (França), os quais se excomungavam mutuamente.  Outro cisma, também religioso, refere-se ao Cisma Grego, que foi a separação da Igreja de Constantinopla (ou Igreja Ortodoxa Grega) da Igreja Romana, que seu deu no ano de 1054. Pode-se mencionar, ainda, o cisma ocorrido na Inglaterra, quando o rei Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica, que o excomungou em julho de 1533, evento este que culminou na formação da Igreja Anglicana inglesa.  Linguisticamente, na Língua Portuguesa, o termo cisma apresenta os seguintes sentidos: devaneio, sonho, fantasia, inquietação, idéia fixa que não sai da mente, mania, receio de origem supersticiosa, vontade obstinada ou repentina etc. Exemplos da Literatura: de Coelho Neto, em “A Conquita”: “Só o Toledo ficava muito triste, à noite triste, cantando baixinho, com melancolia, o olhar perdido em cismas”; de José de Alencar, em “Por que sou romancista”: “A moléstia tocara-me com sua mão descarnada ; e deixou-me uma espécie de terror da solidão em que tanto se deleitava o meu espírito, e onde se embalavam as cismas e devaneios de fantasia”; em “A Viuvinha”: “Ela se tinha preparado para combater o amor brilhante, ruidoso, fascinador, dos salões; mas não se lembrou de que ele podia vir, modesto, obscuro e misterioso, enlear-se às cismas melancólicas de sua solidão”; em “A pata da Gazela”: “Talvez em Amélia não fosse esse desmaio senão o efeito da fadiga do baile, e das cismas da noite maldormida”; de Bernardo Guimarães, em “O Ermitão de Miguém”: “Guaraciaba tanto tinha de meiga e singela, como de alegre e trêfega; ela se aprazia por vezes em perturbar com encantadoras travessuras as graves e profundas cismas de seu amigo”; de Machado de Assis, em “Iaiá Garcia”: “Seu pensamento cristalino e virginal, nunca embaciado pela experiência, ignorava até as primeiras cismas de donzela.” Não esquecendo do verbo cismar, que significa: ficar absorto em pensamentos, preocupar-se, teimar, insistir, Desconfiar, suspeitar etc.

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É isso! 

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