Ablução é um termo de origem latina, ablutio, ablutonis: a ação de lavar, de limpar, de purificar. Na liturgia
católica, diz-se da lavagem das mãos que o padre efetua durante a missa,
simbolizando a necessidade da extinção da culpa e sugerindo a
purificação. Entre os antigos referia-se ao ritual de lavar os cadáveres antes
do sepultamento, representando a purificação das manchas ou impurezas que
houvera cometido enquanto vivos. O povo judeu sempre conservou este cerimonial.
Para isto serviam-se de água bem quente, na qual imergiam flor de camomila e
rosas secas, para em seguida lavar o cadáver. Entre os persas, a ablução no
cadáver apenas era permitido com autorização de um juiz civil. Outro
tipo comum de ablução ritualística encontramos na Bíblia, referindo-se ao ato
de se lavar os pés, o que denotava sinal de humildade e respeito. Por exemplo,
Jesus Cristo, que lavou os pés dos seus discípulos: “Depois
deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos
com a toalha com que estava cingido” (Jô. 13:5). Exemplos
da Literatura, de Eça de Queiroz, em “Prosas Bárbaras”: “Se
numa ceia, algum dos convivas faz a ablução
sobre a testa, com a mão longa, em lugar de a fazer só com dois dedos,
amaldiçoam-no, clamam pelas iras de Jeová e levantam-se escandalizados”; em “A Relíquia”: “Cumprimos as abluções; e
Gamaliel, tendo purificado a boca com um pedaço de gelo, murmurou a oração
ritual sobre a vasta travessa de prata, onde o cabrito assado fazia transbordar
o molho de açafrão e saumura”; de Almeida Garret, em “Viagens na Minha
Terra”: “Apresentou-nos o
nosso amigo a sua mulher, senhora de porte gentil e grave; beijamos seus lindos
filhos, e fomos fazer as abluções
indispensáveis depois de tal jornada para nos podermos sentar á mesa”;
de Alexandre Herculano, em “Lendas e Narrativas”: “Somente o murmúrio das
novecentas fontes ou banhos públicos, destinados as abluções dos crentes, ajuda o zumbido noturno da suntuosa rival de
Bagdá”; de José Saramago, em “O
Evangelho Segundo Jesus Cristo”: “José aproximou-se da talha das abluções, inclinou-a, fez correr a água
sobre as mãos, e depois, enquanto as enxugava na própria túnica, louvou a Deus
por, em sua sabedoria infinita...”
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É isso!
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