Almíscar é uma substância aromática que se extrai de um pequeno
quadrúpede por nome almiscareiro (capreolus moschi ou moschiferus), a qual utilizada como
fixativo para perfumes. Diz-se em latim moschum,
mosschus; em grego: moschos; em árabe: mosch ou musch (al-musch), da qual procede a castelhana almizcle, a catalã almesc e a portuguesa almíscar.
Dessa mesma origem temos: almiscarado (muito perfumado),
almiscarar (perfumar com
almíscar), almiscareira (planta
geraniácea, de aroma semelhante ao do almíscar) e almiscareiro (o animal asiático, da ordem dos
ruminantes, que tem sob o ventre uma bolsa natural, donde se extrai a
substância denominada almíscar).
Exemplos de uso:
“Quanto ao âmbar, que devia ser cinzento,
não duvidava das suas virtudes; mas tinha ele inventado umas superiores
pastilhas de almíscar para uso de
três paxás de duas caudas, seus amigos muito particulares” (Camilo Castelo Branco: “A caveira
mártir”). / “Conduzindo a vela e deixando tudo às
escuras, passava a criada alemã, gorda, corada, rochochuda, bem junto ao grande
leito do Elesbão, feito no Lopes, deixando após si um perfume de almíscar irritante” (José Simões Lopes: “A Mandinga”). / “Quando recolhíamos ao quarto, alumiados pelo
Gonçalves, passou por nós, bruscamente, no corredor, uma senhora, grande e
branca, com um rumor forte de sedas claras, espalhando um aroma de almíscar” (Eça de Queirós: “A
Relíquia”). / “Ao cheiro de terra pisada,
de cachaça, de sarro de pito, sobrelevava dominante um cheiro humano áspero, aliáceo, um odor almiscarado forte,
uma catinga africana, indefinível, que doía ao olfato, que cortava os nervos,
que entontecia o cérebro, sufocante, insuportável” (Júlio Ribeiro: “A carne”).
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É isso!
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