Aqueronte é um termo utilizado na mitologia para designar o inferno. Vem do grego acheos: dor, e rhoos: rio, do verbo rheo: eu
corro, eu fluo, significando: rio das
dores ou rio do infortúnio.
No clássico “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, no Canto III, vemos que é o local onde vive Caronte (Caron), que se incumbe de conduzir almas perdidas até lá: “Chegam os Poetas à porta do Inferno, na qual estão escritas terríveis palavras. Entram e no vestíbulo encontram as almas dos ignavos, que não foram fiéis a Deus, nem rebeldes. Seguindo o caminho, chegam ao Aqueronte, onde está o barqueiro infernal, Caron, que passa as almas dos danados à outra margem, para o suplício. Treme a terra, lampeja uma luz e Dante cai sem sentidos.”
Exemplos de uso:
"Do mar temos corrido e navegado
Toda a parte do Antártico e Calisto,
Toda a costa Africana rodeado,
Diversos céus e terras temos visto;
Dum Rei potente somos, tão amado,
Tão querido de todos, e benquisto,
Que não no largo mar, com leda fronte,
Mas no lago entraremos de Aqueronte” (Camões: “Os Lusíadas”).
“No mar de fogo lúgubres deságuam:
Ódios mortais ali o Estígio
rola;
O atro Aqueronte de pesar se impregna;
Em seu álveo choroso ouve o
Cocito
Alto clamor, e dele assim se
chama;
O Flegetonte em si feroz
impele
Raiva enrolada em borbotões
de flamas” (John
Milton: “O Paraíso Perdido”, tradução)
“De minha rouca voz, confusa e lenta,
Qual torvão espantoso e violento
De repentina e hórrida tormenta;
Ao Rio de Aqueronte turbulento,
Que em sulfúreas burbulhas arrebenta,
Passe com tal vigor, que imprima espanto
Em Minos riguroso e Radamanto” (Bento Teixeira: “Prosopopéia”).
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É isso!
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É isso!
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