O
“Café .... não a bebida, mas o lugar onde as pessoas se reúnem para conversar e
bebê-la não é, como muita gente poderia pensar, uma invenção parisiense ou
londrina, mas sim turca. Os primeiros cafés surgiram nas grandes cidades do
Império Otomano ao longo do século XVI. Intelectuais e políticos contrários ao
governo se reuniam para trocar ideias ou preparar atividades subversivas.
De
lá, os cafés logo se difundiram pela Europa e, durante o revolucionário século
XVIII, tornaram-se o ponto de encontro preferido de filósofos, cientistas,
políticos, artistas e burgueses. Nos cafés de Paris, Florência ou Londres, as novas ideias e ideais “iluministas”, que pretendiam
explicar e mudar a sociedade seguindo os princípios da razão e da ciência, brilhavam
com luz própria.
À
diferença das “tabernas” e “pousadas” que, se voltavam mais para a alimentação,
os cafés se especializaram no oferecimento de bebidas, especialmente a que lhes
deu o nome. A freguesia de um café não costumava ter pressa, permanecendo horas
no lugar, saltando de uma mesa para outra ou zanzando o tempo todo pelo salão,
como se quisesse demonstrar com o movimento do corpo o dinamismo de sua mente.
De fato, é importante lembrar que o café é uma substância saborosa, de aroma agradável,
capaz de estimular a imaginação e despertar o intelecto.
Mas
não só de filosofia e ciência se falava nesses lugares. Comerciantes, banqueiros,
industriais e pequenos burgueses gostavam de conversar e fazer negócios e, quem
sabe, planejar a Revolução - no ambiente
agitado e fervilhante de ideias dos cafés.
Desde
então, os cafés se espalharam pelas Américas e pelo resto do mundo, sem nunca deixar
de fazer sucesso. Sempre inspiradores, os cafés atuais continuam a reunir os amantes das artes e
da cultura em geral ou, simplesmente, aqueles que apreciam uni bom cafezinho.
Revista "Via Lateral", maio/junho de 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário